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Eletiva - Comunicação, Mídia e Storytelling: a Arte de contar história e de elaborar mensagens encantadoras.

03/10/2024
Eletiva  - Comunicação, Mídia e Storytelling: a Arte de contar história e de elaborar mensagens encantadoras. - Colégio Estrela Sirius. São Paulo, SP


     Os estudos da Linguística na atualidade têm preconizado que ”ninguém diz nada à toda”, que todos os que se apropriam da linguagem pretendem não apenas realizar ações (atos ilocucionários) como informar, emocionar, ordenar, etc, ou seja, expressar conhecimentos, emoções, experiências dentre outros conteúdos, mas principalmente e na verdade “compartilhar sua visão de mundo” de tal maneira que o outro (o seu receptor) passe a também a ter a mesma visão. Dessa forma, a principal ação feita por quem se apropria da linguagem é a de CONVENCER, de PERSUADIR o outro a ver o mundo, a pensar e a agir como ele.

     É por isso que, além de entender o que foi dito numa mensagem, é preciso entender por que o que foi dito foi dito, qual era e é a intenção do emissor ao se apropriar de uma linguagem e veicular determinada mensagem. Ler a mensagem nas linhas e nas entrelinhas, analisá-la à luz do contexto linguístico (a própria mensagem) e à luz doi contexto extralinguístico (espaço, tempo, situação, emissor etc)  é ler de fato. Por exemplo: numa mensagem irônica, ao compará-la com o contexto em que ela foi transmitida é que ela é detectada. Na frase: “Nosso, como você é inteligente!”, não há qualquer erro gramatical ou mudança de sentido (não há “desvios”). Mas, se a mesma frase for dita para alguém que tirou nota zero numa prova ao entregá-la, a frase é irônica, pois “inteligente” está significando nesse contexto exatamente o contrário de inteligente. Há, portanto, um desvio semântico, que só é percebido diante do contexto extralinguístico.

     Para conseguir o intento de persuadir, de levar o outro (ato ilocucionário) a fazer o que deseja (ato perlocucionário) ao transmitir uma mensagem, o falante não só se apropria da linguagem, mas também de técnicas e de OPERADORES ARGUMENTATIVOS.

     Os alunos do Ensino Médio, desde o início deste ano, têm experimentado o proivilégio de estudar todos os elementos citados até aqui e muitos outros na Eletiva "Comunicação, Mídia e Storytelling", ministrada pelo Professor César Rodrigues, que enfatiza um importante elemento na comunicação persuasiva: o Storytelling, ou, a habilidade de contar histórias utilizando enredo elaborado, narrativa envolvente, e recursos audiovisuais. A técnica, cujo caráter é persuasivo, ajuda a promover o seu negócio e a vender seus serviços de forma indireta. Pode ser aplicada na produção de conteúdo, em vendas e em consultorias. Na comnunicação social, ajuda a “vender” ideias... “É a arte de contar, desenvolver e adaptar histórias utilizando elementos específicos — personagem, ambiente, conflito e uma mensagem — em eventos com começo, meio e fim, para transmitir uma mensagem de forma inesquecível ao se conectar com o leitor no nível emocional. Para isso, usa elementos narrativos visando engajar, informar ou persuadir o público.

Essa prática é fundamental em diversas áreas, como, Educação, Jornalismo, Entretenimento, etc. Ao construir uma narrativa envolvente, o storytelling ajuda a transmitir mensagens de maneira mais eficaz e memorável.” (https://www.rdstation.com/blog/agencias/storytelling/)

     Para tanto, o Prof. César elaborou o seguinte Plano, desenvolvido ao longo do ano letivo:

1. Linguagem:

  • O que é linguagem? Compreensão das formas de comunicação verbal e não verbal;
  • O que é leitura? Reflexão crítica sobre o processo de leitura e interpretação;
  • Debate sobre o documentário “Janela da Alma”: explora a relação entre visão, percepção e comunicação;
  • Jogos teatrais: atividades que promovem a expressão corporal e a construção de narrativas;
  • Exercícios práticos: análise de trechos de textos e filmes para identificar linguagens diferentes;
  • Bibliografia obrigatória: textos de referência sobre comunicação e linguagem.

2. Storytelling, a Arte de Contar Histórias:

  • O teatro e o storytelling: estudo da narrativa dramática e sua importância na construção de histórias.;
  • A Jornada do Herói: análise do modelo narrativo clássico e suas aplicações;
  • A construção de narrativas no storytelling: como criar enredos envolventes;
  • Debate sobre o documentário “O Poder do Mito”: relação entre mitologia e storytelling;
  • Exercícios práticos: criação de pequenas narrativas seguindo a Jornada do Herói.

3. Escrita Criativa (Ficção e Storytelling):

  • Construção de personagens: estudo sobre a criação de personagens complexos e verossímeis;
  • Analisando Macabéa: Debate sobre “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector, explorando a construção psicológica e emocional da personagem;
  • Exercícios de escrita criativa: prática da criação de personagens e desenvolvimento de histórias curtas.

4. Introdução ao Conceito de Mídia:

  • Breve apanhado histórico: evolução das mídias, do rádio à internet;
  • Rádio e televisão: análise do impacto desses meios na formação da cultura popular;
  • Sensacionalismo na televisão: discussão sobre ética e manipulação de informações;
  • Internet e novas mídias: reflexões sobre a comunicação digital e redes sociais.

5. Propaganda e Mídia:

  • História da propaganda brasileira: exibição e análise de documentários sobre a evolução da propaganda no Brasil;
  • Conhecendo e reconhecendo a propaganda: como identificar estratégias de comunicação persuasiva;
  • Storytelling na propaganda: a utilização de narrativas para engajar o público e vender ideias.

6. Aplicação de Conhecimentos:

  • Trabalhos em audiovisual: campanhas publicitárias fictícias ou leituras críticas de peças publicitárias utilizando conceitos de storytelling;
  • Aulas teóricas de fotografia: introdução à composição visual e linguagem fotográfica;
  • Preparação para fala em público: técnicas de oratória aplicadas ao storytelling, aprimorando a confiança e clareza na comunicação.

     Uma das vantagens desses estudos é que o aluno vai aprender a contar boas histórias, garantindo que está produzindo um material único, mesmo sobre tema desgastado ou muito conhecido, pois seu conteúdo abordará uma perspectiva única: a dele, tornando-a também inesquecível.

     Mas a maior vantagem certamente é a de que, reconhecendo as técnicas persuasivas de um discurso, só haverá adesão (compartilhamento da visão de mundo) do receptor se essa for a vontade dele. É a liberdade de ser protagonista no processo!

 

A Coordenação Pedagógica Geral

 



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